sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Geração X + Geração Y = Desafio!


Não adianta querer descobrir novos caminhos com velhos mapas. Li essa frase uma vez e posso dizer que tem tudo a ver com o desafio de pertencer a umageração e gerenciar pessoas de outra…

Sou uma X e tenho sob minha subordinação autênticas mulheres Y. Imagine que combinação explosiva. É um perfeito gap de gerações que gera um caldeirão de idéias diferentes! Costumes distintos, maneira de trabalhar muitas vezes oposta.

Nosso time é composto por cinco pessoas. Uma fica comigo no escritório em SP e outras três, em vários cantos do Brasil.

Nosso dia-a-dia não tem atividades rotineiras – e elas adoram isso. Não há horários fixos, escritório, padrões… Na mesma semana pode-se estar em três estados diferentes, além de cidades que nem sequer imaginávamos que existissem. O encontro presencial acontece duas vezes por ano. Sendo assim, minha gestão é remota, feita por todos os meios de comunicação possíveis: e-mail, MSN, telefone, redes sociais… Hum, começaram os desafios pra uma X como eu. Quando eu poderia imaginar que a relação no trabalho seria tão virtual, sem o face a face próprio da minha geração?

Mas a grande batalha diária é: como integrar, desenvolver, avaliar essa equipe, jovens profissionais, cheias de energia e com muito sangue Y na veia? E o pior: à distância?

Elas são cheias de disposição, com urgência por resultados rápidos e novos desafios, conhecimentos sobre informática que, por mais que eu tente, não consigo acompanhar.

Pra fazer a gestão dessa turma, comecei repetindo o modelo que conhecia, no qual fui educada. Não fez direito? Bronca. Não cumpriu o prazo? Puxão de orelha. O cliente queixou-se do atendimento? Dá-lhe punição.

Óbvio que, dando a mesma resposta que eu quando estava em tal situação (afinal, faço parte de uma geração que presenciou a transformação de antigos padrões sociais e culturais), elas contestaram, reclamaram, reivindicaram. O questionamento aos velhos hábitos continua, a ânsia por mudanças mantêm-se presente.

Resolvi mudar de estratégia e passei a desafiar, incentivar. Criei competições mensais com pequenas premiações, reformulei processos, sistematizei etapas, pedi sugestões. Desenvolvemos hábitos diários, com trocas e avaliações freqüentes. Qual o resultado? Deu muito certo! Bingo!

São competitivas e me ligam cobrando suas premiações. Participam e expõem suas idéias. Usam de tecnologia sem manual, têm liberdade para organizar suas atividades (ficará off line mais cedo por conta do MBA? Sem problemas, recebo e-mails nos horários mais improváveis de se imaginar).

Desta forma temos trocado experiências, vivências e aprendizado. A energia, o ritmo, o foco frenético no resultado permanece, incita, mas em equilíbrio com certa quietude, uma paciência para ensinar e fazer respirar.

Estou tomando sangue novo e exercitando meu lado Y, para conseguir tirar o melhor delas. E tem feito muito bem. Pra todo mundo.


Por Tatiana Penteado

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